Emerson Bacil cresceu na Meia Lua – interior de São João do Triunfo e, quando estava próximo de completar dois anos de idade, a energia elétrica chegou até a propriedade da família. O ano era 1985 e, nestes quase 35 anos, grande parte das localidades rurais de toda a região, e do Paraná, tem distribuição de energia monofásica, ou seja, tem apenas um fio de transmissão de energia.
Com o programa lançado nesta semana “Paraná Trifásico” vem mudança nesta realidade. 25 mil quilômetros de redes passam a distribuir energia por três fios, com maior segurança e confiabilidade. “Um marco para a Copel”, frisa Emerson Bacil. “Principalmente aos nossos agricultores”, observa. Sobretudo pelo fato de que melhora a qualidade da distribuição, no rumo da tecnologia.
O deputado destaca o trabalho do presidente Daniel Pimentel Slavieiro. “Alinhado com inovação e mais capacidade de energia. O programa vem de encontro a isso”, explica. Até porque, além de trifásica, a distribuição vai contar com dois pontos de alimentação na rede. Um de cada lado, a chamada redundância. Isso significa que, se cair a energia numa ponta, abastece o sistema pelo outra.
Os investimentos são da ordem de R$ 2,1 bilhões. “Parabéns ao governo do Estado, parabéns à Copel”, completa Bacil que acompanhou o lançamento do programa em Curitiba. O presidente pontua a necessidade desta melhoria, justamente, para suprir a carência de energia e melhorar as condições de distribuição de energia elétrica. Exemplificando a fumicultura da região como demanda de novas tecnologias.
Na visão de Slavieiro, inclusive para evitar prejuízos. “Os fumicultores são cada mais avançados tecnologicamente na secagem do fumo”, exemplifica citando o fato do Paraná ser forte no meio rural e necessitar de qualidade energética, justificando este aporte de investimento. Segundo ele, é o maior programa lançado que se equipara com a chegada na energia elétrica no meio rural, na década de 1980.
Pequenas propriedades
O presidente da Copel aponta ainda os caminhos para solucionar instalação de ponto de luz com propriedades menores de 30 mil metros quadrados. Neste contexto, ele cita a necessidade de mudança na Lei Federal, numa luta do deputado Bacil. “É um defensor desta bandeira. Praticamente todo mês ele está aqui defendendo esta tese. Expondo a importância disso”, relata.
Slaviero reafirma de que a decisão depende de uma resolução do governo federal. “É uma legislação”, cita. Se fosse no Paraná mudaria na Assembleia, mas carece de uma nova resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que a mudança ocorra e se permita a instalação de pontos de luz em pequenas propriedades. Situação que está em tramitação em Brasília.